...quando caem as palavras

Nada sai dos lábios,

inodoras palavras

riscadas no invisível,

vãos e tormentas

silhuetas e ampulhetas,

o caos descompassado

entre penumbras do acaso,

o caso transformado

em versos obtusos,

inseguros segundos

palavras caem entre os dedos,

grudam e perpertuam-se

na consciência do medo.

Segredo do trágico momento

em trajes de cimento,

monumento de um instante vazio;

Silêncio...

esperança da volta do poeta,

convulsão repentina dos versos...