Idílio
Colocamos nossos sentimentos em uma arca
Com as velas da Esperança içadas
E o leme selvagem do Desejo sendo guiado
Por aquele capitão cego chamado Destino
Em busca de construir nossos Sonhos em terra nova.
Em uma certa altura ,
O Tempo,
Que é quem concede o Nada
Para remarmos o que somos,
Envelhecerá
Cansado de repetir esse processo das mais variadas formas,
Então ele concederá ao Destino abrir os olhos
Somente para o passado
E veremos nossa Vida a arder como sol de ocaso no céu da memória
Com nossas lágrimas ja evaporadas em nuvens
Trajando as cores mornas do crepúsculo
Para deitarmos nosso ser cansado e apreciar o desvelo
De toda nossa história embaixo como um grande firmamento
De conquistas impalpáveis e impossíveis, não intencionais,
E por isso ironicamente formidáveis por serem a essência
Daquilo que um dia foram nossas derrotas,
Agora apenas quimeras esculpidas
Pela brandura inebriante da Nostalgia
Expostas na galeria da Saudade
( e nesse momento, todo orgulho e vaidade do mundo serão insuficientes para deixarem os olhos enxutos),
E entre o Sol e o Firmamento
A linha curva do horizonte,
Um sorriso do Infinito no passado,
O Leste de incontáveis auroras,
Se encontrando com o futuro no Oeste
Convidando o Sol para fechar nossa história com um beijo.