Idílio

Colocamos nossos sentimentos em uma arca

Com as velas da Esperança içadas

E o leme selvagem do Desejo sendo guiado

Por aquele capitão cego chamado Destino

Em busca de construir nossos Sonhos em terra nova.

Em uma certa altura ,

O Tempo,

Que é quem concede o Nada

Para remarmos o que somos,

Envelhecerá

Cansado de repetir esse processo das mais variadas formas,

Então ele concederá ao Destino abrir os olhos

Somente para o passado

E veremos nossa Vida a arder como sol de ocaso no céu da memória

Com nossas lágrimas ja evaporadas em nuvens

Trajando as cores mornas do crepúsculo

Para deitarmos nosso ser cansado e apreciar o desvelo

De toda nossa história embaixo como um grande firmamento

De conquistas impalpáveis e impossíveis, não intencionais,

E por isso ironicamente formidáveis por serem a essência

Daquilo que um dia foram nossas derrotas,

Agora apenas quimeras esculpidas

Pela brandura inebriante da Nostalgia

Expostas na galeria da Saudade

( e nesse momento, todo orgulho e vaidade do mundo serão insuficientes para deixarem os olhos enxutos),

E entre o Sol e o Firmamento

A linha curva do horizonte,

Um sorriso do Infinito no passado,

O Leste de incontáveis auroras,

Se encontrando com o futuro no Oeste

Convidando o Sol para fechar nossa história com um beijo.

Leandro Tostes Franzoni
Enviado por Leandro Tostes Franzoni em 18/06/2016
Reeditado em 30/11/2023
Código do texto: T5671278
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.