A ansiedade num copo de café

A ansiedade em um copo de café

Em um copo de pinga que não bebo

Em meio a uma guerra de palitos

Em uma dor de se bater no peito

Quem quer viver essa agonia?

Quer ser bom para não morrer

Quantos mesmos querem viver?

Sem ter um pingo de alegria?

Vida! Sonhos! Grita! Mas é forte!

Enfrenta o medo e até a morte

São os filhos de seu ninguém

Não é bandido, mas é boi de corte

Vai viver a tua vida cidadão

Ou mesmo que não viva, se orgulhe

De nada, se orgulhe da estrada

Se mate para viver, mas viva

E quando morrer, seja homenageado

Tenha uma placa na estrada

Uma rua com seu nome ou até

Uma letra de música gritante

Que correu o mundo, mas ninguém

Correu por você, nem gritou

Nem morreu, você é chorão

Gritador, lutador é pouco

Você é o nosso desabado

Eu sou você e quantos somos nós

A poesia perdeu a graça

Quando falamos de raça

E de viver para não morrer

Mas vamos falando de nada

Quem sabe um dia. Quem sabe!

A gente vive outra vez.

E se a gente empolgar

Uma carta a gente escreve

E entrega lá nos correios

Pra ver se chega e nos percebe.

Darlan Leal
Enviado por Darlan Leal em 17/06/2016
Código do texto: T5670556
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