A ansiedade num copo de café
A ansiedade em um copo de café
Em um copo de pinga que não bebo
Em meio a uma guerra de palitos
Em uma dor de se bater no peito
Quem quer viver essa agonia?
Quer ser bom para não morrer
Quantos mesmos querem viver?
Sem ter um pingo de alegria?
Vida! Sonhos! Grita! Mas é forte!
Enfrenta o medo e até a morte
São os filhos de seu ninguém
Não é bandido, mas é boi de corte
Vai viver a tua vida cidadão
Ou mesmo que não viva, se orgulhe
De nada, se orgulhe da estrada
Se mate para viver, mas viva
E quando morrer, seja homenageado
Tenha uma placa na estrada
Uma rua com seu nome ou até
Uma letra de música gritante
Que correu o mundo, mas ninguém
Correu por você, nem gritou
Nem morreu, você é chorão
Gritador, lutador é pouco
Você é o nosso desabado
Eu sou você e quantos somos nós
A poesia perdeu a graça
Quando falamos de raça
E de viver para não morrer
Mas vamos falando de nada
Quem sabe um dia. Quem sabe!
A gente vive outra vez.
E se a gente empolgar
Uma carta a gente escreve
E entrega lá nos correios
Pra ver se chega e nos percebe.