CERA DERRETIDA
Cântico provinciano de fé pagã;
Colchas de retalhos retorcidos;
Ruídos de facas cegas cortando a noite longa de olhos abertos;
Como lençóis esfarrapados sobre os farelos dos átomos de neblinas;
No anteparo obtuso das ladainhas inexprimíveis;
E essa sombra que às vezes nos assombra...
Abraçando o vento que sempre se curva diante dos rastros pisados em falso;
Quando adormecemos a dor por entre cortinas azuis
de cera derretida!