CERA DERRETIDA

Cântico provinciano de fé pagã;

Colchas de retalhos retorcidos;

Ruídos de facas cegas cortando a noite longa de olhos abertos;

Como lençóis esfarrapados sobre os farelos dos átomos de neblinas;

No anteparo obtuso das ladainhas inexprimíveis;

E essa sombra que às vezes nos assombra...

Abraçando o vento que sempre se curva diante dos rastros pisados em falso;

Quando adormecemos a dor por entre cortinas azuis

de cera derretida!

Anjo melancólico
Enviado por Anjo melancólico em 17/06/2016
Reeditado em 30/09/2020
Código do texto: T5670307
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