Você sabe quem eu sou
Passara a vida inteira
Enganando-se
Subjulgara vidas humanas
Construira seu Império insano
Vivera sua vida bravamente
Enganando-se
Agora, imagina
Que será coberto
Com todo peso de seu ouro
Mas será apenas protegido
Pela tampa do caixão de mogno
E a poeira do caminho
De seu caráter
Miseravelmente torto.
Se acreditou que,
Em outra vida
Teria mais uma chance
Que poderia consertar
Os danos de uma ganância infame
Sinto em lhe dizer
Eu sou o fim
Esse frio que sobe pelas pontas de seus dedos
Essa dormência em seu pulmão
Que lhe causa medo
A falha em seu coração
Que pra mim
Faz parte da decoração
Quem sou eu?
Sou a irmã da ganância
Tia, em primeiro grau,
Da avareza, mas
Por favor, não me confunda
Com a tristeza
Sempre lhe prometi a alegria
A baixíssimos juros
Agora estou eu aqui
Cobrando-lhe esse montante obscuro.
Sim, eu sou o teu fim
E não há nada,
Que me dê mais prazer
Do que acender meu charuto
Servir a minha dose de bourbon
E quando meu último trago sorver
Assistir você morrer.