A SOMBRA



Ronda junto à porta a sombra errante – 
Dura contra o véu das horas, 
Fumos duma deusa em chamas, 
Muda a cor da espera pelo dia, 
Sobra sem destino 
Pelo estar sem cura a sempre austera, 
Vulto dando forma a ausência, errante, à porta 
Ronda a sombra, 
Sonho meu que mal confina a alheia culpa 
Quando acusa.

Coisa em si que encante o quanto 
Dura, austera, inveja ser 
Pós-sopro sem supor destino em fímbrias 
Rudes desse então.

Conta a quem bem queira ouvir 
Seu sim, senão, a mesma 
Desde o meu estar à parte e ouvir meu nome e 
Vir à tona, atônito, 
Ébrio desse não saber, sem fio nem guia em 
Busca desse quem, 
Quem quer que fosse junto à porta.

Quem me chama, sombra errante, pelo nome?
Quem?

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 17/06/2016
Código do texto: T5669741
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