O covarde

E eu que não podia

dizer tudo o que queria

me contorço em memórias do que não foi

rabiscando nos cantos desta mesa

os covardes cacos de coragem

que por sorte ou algum milagre

juntei, a despeito da tristeza

A avenida dança na minha frente

e já não temo sair do caminho,

da estrada, do meu ninho

e voar

voar pro seu,

que ainda não é,

e construir

o que teu seria,

quem sabe chamado nosso;

lugar meu, lugar seu

abrigo.

E se de algum jeito entender o recado

Ignore, disquei número errado.

Olair MB Neto
Enviado por Olair MB Neto em 16/06/2016
Código do texto: T5669416
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