O covarde
E eu que não podia
dizer tudo o que queria
me contorço em memórias do que não foi
rabiscando nos cantos desta mesa
os covardes cacos de coragem
que por sorte ou algum milagre
juntei, a despeito da tristeza
A avenida dança na minha frente
e já não temo sair do caminho,
da estrada, do meu ninho
e voar
voar pro seu,
que ainda não é,
e construir
o que teu seria,
quem sabe chamado nosso;
lugar meu, lugar seu
abrigo.
E se de algum jeito entender o recado
Ignore, disquei número errado.