Desejo: O Nada
Possa eu abandonar-me aos ignóbeis
Pensamentos dilacerantes
Tao humanamente possantes
Másculos e viris, pensamento de nada,
Penso que em nada quero pensar,
Que me desejo abandonar, no nada,
Nesse pensamento tão procurado,
Nem mesmo na morte do pensamento,
(paro e penso, nada há a pensar)
Mas se penso em nada será que ainda
Penso que estou a pensar?
Penso, talvez não pense,
Mas desejo…
Que os pensamentos me abandonem a alma,
Para poder (por fim) descansar!