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Não se preocupe... nada acabou!

Caiu uma anja na terra

E outro anjo a encontrou!

Numa comunidade,

Num contato,

Tudo mudou!

Pobre garota! Sonhava:

A beleza natural

Sintetizada na pele dela!

Tão lindos olhos,

Olhos chorosos.

Tão lindos risos,

Risos que me encantavam!

Ai meu Deus!

Uma anja de asas negras,

Adornada de luz,

Sussurrou-me um segredo:

Os mistérios de seu coração!

E ela sorria um sorriso

Como quem dormia.

Não chore!

Lembrava eu olhando na tela.

Como era linda

Sua face, sua lágrima.

Os lábios azuis de céu,

Os olhos cor de vidro,

A voz como de andorinha.

Será que

Por trás da tela existe a verdade?

Será que

Existem estrelas na superfície de um vidro?

Não se preocupe... nada acabou!

Caiu uma anja na internet

E outro anjo a encontrou!

Em um perfil

Um olhar de saudade.

Na vida

A vontade.

Não chore!

A rosa espinhenta

Que foi abandonada

Pelo menos tem perfume.

Havendo no lábio um sorriso,

Basta.

Vejo ela lá:

Uma piscina de sonhos

E ela teimando em mergulhar

Como se fosse pérola do mar.

Não chore!

As dores que adentraram

São só dores

Comparadas com o que há por vir.

Choram as flores no vaso,

Quando uma ave morre?

Chora a maré,

Quando um peixe boia

Ao meio-dia?

Então não chore.

Então não brigue.

Então ame.

"Não chorem!... que não morreu!

Era um anjinho do céu

Que um outro anjinho chamou!

Era uma luz peregrina,

Era uma estrela divina

Que ao firmamento voou!"

(Álvares de Azevedo - Anjinho: A Lira dos Vinte Anos)

Breno Leal
Enviado por Breno Leal em 16/06/2016
Código do texto: T5668695
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