Alma Cinzenta
Alma Cinzenta
Nostálgica dor que atenta
Nestes dias cinzas e carregados
Turva meus olhos marejados
A procura da luz que alenta
Enquanto o dia de tormenta
Aqui garrafas e odres embriagado
Tomo por gesto desesperado
Tal alma virulenta
Pois a tempestade se assenta
Os relâmpagos de Zeus disparados
Meu peito abre dilacerado
Nesta dor tão violenta
E por esses dedos se apresenta
A figura do moribundo descarnado
Que em trevas jaz abrigado
Donde a esperança se ausenta
Eduardo Benetti