Se foi justiça... não sei...

Choro!

Porque nunca fui poesia...

Apenas sonoplastia da crueldade a que se confere a ânsia...

No surto de um eufemismo

Que fere!

E há de tirar-me até o juizo

Naquela sombra de vastidão e mendicância.

E assim me fazer EU: mundo desabado e coração arrancado;

Que pulsa, não sangue, mas a esperança de uma nobre reconstituição do homem.

Dói carne, víceras, dói alma;

A alma que morre e boceja sangue,

Vomita corpo e é consumido,sem a mínima chance, na boca dos carnívoros.

Oh mundo cruel!

Abocanhou-me todos os sentidos

E nesse mesmo mundo... no qual fui bandido...

Corri, sofri, paguei

Por crimes não cometidos;

Demonstrados no sofrimento que cantei.

Paulo Domac
Enviado por Paulo Domac em 16/07/2007
Reeditado em 27/07/2007
Código do texto: T566726