Janela
Já nela,
Desde menina,
Vê árvores no solo
Com raízes em rebentos de desejo.
Já nela,
Sempre menina,
Vê flores beijadas por colibris
E o nectar esparramado no ar.
Já nela
Ainda menina,
Vê pássaros voando
E escuta longe o eco das divisas.
Já nela,
Quando menina
Era só sertão
Lá onde batizaram sua copa.
Mas no horizonte,
Porque os ventos derrubam tudo
Sabe-se janela.