DIGNAMENTE
Tive um encontro com Maria
A mulher que canta
No quintal de chão batido, cercado de rústicas paredes .
Ela canta ela canta ela canta
A canção é de amor e mantêm-lhe um sorriso,
Enigmático sorriso a apoiar o brilho dos olhos.
Ensaia um movimento de mãos,
Envergonhada arrisca o gesto
De involuntário a intencional,
A emoção no gesto.
A casa é simples
Na porta, uma cortina plástica corta o vento frio
A canção continua e o brilho dos olhos aumenta.
Canta o amor sobre o chão batido,
Esmera-se na declaração
“quem dera fosse uma declaração de amor”.
Encerra a viagem ao coração
Dignamente,
Excepcional viagem do chão ao céu .
Maria tomou ares de anjo,
A menina, filha pequena,
Timidamente assiste à transformação da mãe.
Do belo tem lições,
Também do bem
De amores
Eternamente, Maria.
10:34
14.06.2016