Incongruências

Esquálidas, pálidas e nuas,

Mãos negras e sujas se entendem pelas ruas.

Calçadas inundadas de miséria e pobreza,

No fundo das almas insanas e cruas,

Num quadro emoldurado das vielas

O grito insatisfeito que vem dos becos e favelas.

São crianças, apenas crianças!

Vendendo seus doces nos sinais fechados,

Com seus mesquinhos futuros despedaçados,

Sem escola, só a cola...

Sem a bola, só o pó que embriaga e consola.

No seio dessa pátria varonil,

O olhar incoerente de uma elite hostil.

As Áfricas chicoteadas, escravizadas,

São massacradas, pisoteadas,

Na amada nação chamada Brasil.

Carol S Antunes
Enviado por Carol S Antunes em 14/06/2016
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