Confusão
Eu destruí algumas barreiras que planejava manter
Aceitei repensar certos assuntos
Em vez de continuar com as velhas certezas
Eu tentei me convencer a enxergar as coisas com outros olhos
Eu abracei essa confusão em minha mente
Essa confusão que me tortura
Que arranca meu chão, mas não me permite voar
Que me dá esperanças, pela falta de certezas
Que rouba meu foco, pois não sabe em que focar
Eu abracei a confusão, pois todo o resto já estava ganho
As teses já haviam sido escritas e reanalisadas infinitas vezes
Mas sempre de um modo um tanto tendencioso
Que, dessa vez, tentei eliminar
A confusão roubou minha mente
E tentou brincar com meu coração
Mas algumas portas já estavam emperradas
E não bastava a chave para destrancar
Eu tentei acreditar
Mas no fundo nunca duvidei de minhas certezas
As conclusões de minhas teses nunca foram as mais felizes
E a confusão me emprestou uma felicidade
Que eu sempre soube que não podia durar
Mas gosto da confusão
Gosto dessa esperança, ainda que efêmera
É quase divertido ver-me tentar acreditar
Mas acho que o que mais me impede de largar tudo isso
É saber que, se eu fechar as portas,
Dificilmente conseguirei destrancar