Adolescente sozinho
Descendo os degraus da bica
Com a inocência de uma criança
Molhando os pés na água fria
Sentado ali fica
O som da água caindo
Pensamento confuso
Esperança de um dia encontrar
Um amor seria bem vindo
Noticias do radio lhe deixa confuso
Sonhando com um rosto matrimonial
Sentado no degrau da bica
Esperando ela chegar
Ouvindo a água cair
Falando com o frescor do local
Imaginando um corpo de mulher
À noite o aconchego é o travesseiro
Acordado de madrugada
Pensando numa safada
Chupando os bicos no pensamento
Umedece o tecido
Um dia nublado
Com o corpo fechado
Rezando a reza do terço
Na lagoa, atravesso a nado
Um assovio alegre
A alça do embornal
Rosto suado
Sem maldade nem mágoa