Náufraga
“...onde haverá mais amor; mais luxúria: / - Na onda que lambe a praia, ou na praia que, em fúria, / Bebe a onda com sofreguidão?”( Da Costa e Silva)
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Em meio às águas da decência,
segue a razão náufraga na contradição;
Timoneiros com seus barcos de negação.
Contemple o mar enamorando a praia,
abraços de rotineira sofreguidão;
Arrebatamento constante de sedução.
Reveja a praia copulando com o mar,
dança frenética de fúria e paixão;
Gozo constante e excitação.
É a luxúria do amor indomável
Naufragando a humana hipocrisia
Nas águas das naus de penitência.