SUPLICANTE
Suplicante andante
Pelos vales da desolação
Sôfrego e ressequido, clama:
“Um pouco de água,
um pedaço de pão,
um tanto de fé.”
Suplicante mendicante
Quer matar a fome e a sede
Daquilo que não construiu, e clama:
“Um pouco de bondade,
um tantinho de boa vontade,
que dos Céus advenha piedade.”
Suplicante errante
Pedindo, pedindo
Ajoelhado no chão de duras farpas, clama:
“Que eu possa viver, ó Pai,
livre deste castigo. Se assim não for
cale agora e derradeiramente minhas súplicas.”
O Céu, enfim, responde:
“Suplicante, suplicante, suplicante
só sabes pedir e insistir, chega então o fim.
Apelo este que facilmente posso atender.”
E cessou todo o clamor do suplicante.