Liberdade
Seu corpo curvado.
Costas marcadas,
Marcas do ódio...
Das mãos brancas a segurar o chicote, que desferindo açoites corta a carne do pobre infeliz.
Mancha a terra as gotas de sangue, e do fundo da alma do homem que sonha em ser livre brilha a chama da esperança.
Foi criança tirada da mãe, do seio da pátria. Foi traído, humilhado, em um navio jogado.
Viveu o rancor do senhor... Viu seus irmãos partirem, e outros chegarem, para a mesma sorte amarga viver,
Só de dor o negro lembra sua vida na fazenda, do trabalho forçado para o branco enriquecer.
Só chora ao cair da noite... É quando as lembranças do cheiro da terra, da liberdade tirada acendem no coração.
Cativo da ignorância,
Escravo da maldade,
A luz da alvorada não tarda, ao homem que livre nasceu.