Verbo Imoral

O coração ferido pela

navalha do desencanto grita

A alma engessada e desfalecida

diante da cruz da vida suplica

Ao deus Eros o beijo da compaixão

para adoçar o hálito do tempo

Viajar nas asas lépidas do vento

esquecer esta paixão

O eu de joelhos chora

a ausência de um amor castrado

Lágrimas suicidas imploram

a benção do pão da agonia

No funeral dos sonhos

o adeus da fria despedida

Vestido com a fina mortalha

bordada com pétalas de dor

Gotas de ilusões morrem

pelas ruas desertas do ser

Medo do maldito verbo imoral

que às fantasias fez tanto mal

29/02/2004

Refeito 30/09/2005

Zena Maciel
Enviado por Zena Maciel em 04/10/2005
Código do texto: T56632