Pela madrugada
Encoberta ainda pela escuridão,
Escorregas ainda com meu perfume
Empregado em todos os poros do teu
Sensual corpo de mulher fatal
Para fora do meu leito, que por momentos
Parcos momentos chamaste nosso,
Sem um adeus, uma explicação
Partes, da mesma forma com que chegaste
Sem que nada o fizesse esperar,
Noite sem significado, apenas prazer
Apenas física, apenas necessidade
Elevação do ego, garantia de sedução
Beijos, trocas, carícias, movimentos
Tudo apenas por um tesão
Sem qualquer sentimento
Sem um nome, que te dê forma ao rosto,
E eu? Macho, rejeitado, enjeitado
Usado, abandonado,
Sinto-me nada...
Pois nada sou, mero pedaço de carne,
Nas hábeis mãos de musa,
Que extraem de mim o seu próprio prazer!
Cheguei a sentir, senti que podias ser,
Que eu poderia deixar de procurar
Voltar a construir, edificar algo comum,
Mas agora?
Agora tenho apenas ódio de mim!