heranças deixadas de ser

Heranças deixadas de ser

A morte não tem nada a fazer,

Tenta consertar a dissimulação

E veste capuz, e adereços em

Narizes, orelhas, línguas e pênis...

A ampulheta escorrendo Areia

Sobre os minutos que restam...

Estou a saber o que aconteceu

Com todas as abstrações de antes,

Que costumavam fazer altas poses,

Vestidas e esculturais, em pinturas

E páginas renascidas dessa terra,

Monturo de excrementos feito arte,

Exibindo letras nas placas luzidas,

Olhos baixos sob véus de mármore,

O pensamento em um casaco, com

Uma mão estendida detrás de si,

Uma parede numa foto de antes.

Estão aposentados agora, na cama

A ouvir a chuva, olhos vendados e

Manias. Não há lugares para eles

Alinhados uivando na floresta seu

Desespero. Aqui em cima da mesa

Perto da janela um vaso e próximo

Binóculos e um clipe guardando

Dinheiros para alguém que, espera,

Morra antes das sete da manhã.

sergiodonadio.blogspot.com

Editoras: Scortecci, Saraiva.

Incógnita (Portugal)

Amazon Kindle, Creatspace

Perse e Clube de Autores

As linhas do poema,

Além de ideias

São aldeias....

sergio donadio
Enviado por sergio donadio em 09/06/2016
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