P E R F E I Ç Ã O. . .
A tarde morre! Que assiduidade imensa,
Tão lenta e tão desembaraçada é!
Quão longínqua é essa dança... Perfeição!
O'h tarde serena, já se expôs então!
Diante a hora tudo parece parar!
Até o Sol que antes brilhava agora se foi!
Se esbanje por entre as montanhas, só brilha!
Mas sonoro, e mais orbicular, em lindo cenário torna-se
Amo a esse imenso silencio da tarde,
Como a fonte serena, à tarde morrente
Roça com suas asas fagueiras o horizonte
Eu amo à tarde morrente! Em todo seu esplendor
Enfraquece, resiste à morte, apenas dorme
E com a seiva que se robustece, logo anoitece
Ajouja suave de um bálsamo, fica serena
Se esconde por inteiro, ali repousa...
Por fim coberta no manto,
Repousa serena e dorme,
Tudo parece mais calmo
Eu amo o manto da noite!
(_04/1969)