Sem espinho

As noites tem sido cada vez mais escuras

Estou ao lado da cama, apertando as mãos

Olhando para as estrelas, pedindo ajuda

De olhos fechados e lágrimas quentes pela face

Os espinhos presos em minha carne me dilaceram

Peço ajuda, peço misericórdia, peço forças para me livrar da dor

Luto comigo mesma para me manter

Não consigo me concentrar, a dor me distrai

Mas preciso conversar, pedir ajuda

Preciso lhe ouvir, porém a dor me ensurdece e tua voz não chega até mim

Aperto mais as mãos, o sangue pinga da carne dilacerada pelos espinhos

Os olhos sempre fechados, desejando tua voz

Sei que não mereço estar aqui lhe chamando

Sei que sou de todos a pior

Sei que deveria me envergonhar de tentar lhe ouvir

Mas seu amor, sempre pareceu tão grande

Tua justiça sempre foi feita, porém tuas mãos sempre curara feridas

Preciso de ti, de tua ajuda

A escuridão começa a me engolir

Sinto os espinhos cada vez menos

Penso estar morrendo, me entregando ao fim

Acordo pela manhã, com os raios de sol a tocar minha pele

Percebo que dormi em paz, e que a dor se foi

As feridas fechando, e não vejo mais os espinhos

Tua voz estava agora falando comigo

Sem os espinhos na pele, finalmente pude te ouvir

Continuar - Oficina g3

Olinda
Enviado por Olinda em 07/06/2016
Código do texto: T5660510
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