Sem espinho
As noites tem sido cada vez mais escuras
Estou ao lado da cama, apertando as mãos
Olhando para as estrelas, pedindo ajuda
De olhos fechados e lágrimas quentes pela face
Os espinhos presos em minha carne me dilaceram
Peço ajuda, peço misericórdia, peço forças para me livrar da dor
Luto comigo mesma para me manter
Não consigo me concentrar, a dor me distrai
Mas preciso conversar, pedir ajuda
Preciso lhe ouvir, porém a dor me ensurdece e tua voz não chega até mim
Aperto mais as mãos, o sangue pinga da carne dilacerada pelos espinhos
Os olhos sempre fechados, desejando tua voz
Sei que não mereço estar aqui lhe chamando
Sei que sou de todos a pior
Sei que deveria me envergonhar de tentar lhe ouvir
Mas seu amor, sempre pareceu tão grande
Tua justiça sempre foi feita, porém tuas mãos sempre curara feridas
Preciso de ti, de tua ajuda
A escuridão começa a me engolir
Sinto os espinhos cada vez menos
Penso estar morrendo, me entregando ao fim
Acordo pela manhã, com os raios de sol a tocar minha pele
Percebo que dormi em paz, e que a dor se foi
As feridas fechando, e não vejo mais os espinhos
Tua voz estava agora falando comigo
Sem os espinhos na pele, finalmente pude te ouvir
Continuar - Oficina g3