Baile de Máscaras

A vida é um ensaio de um filme

Que estreia no dia de minha morte

Sem garantia de grande bilheteria

E mesmo que tenha,

Viver em busca da glória

É sustentar uma espera de lágrimas e aplausos na escuridão,

Sou protagonista de uma história sem roteiro

Usando uma máscara feita por coadjuvantes

Protagonistas para si mesmos

Que esperam a atuação de um personagem

Que não escolhi

Na medida que tento remover

Inutilmente a máscara que dou a cada um

E que também não escolheram,

No final chego a conclusão que todos são máscaras

Deturpadas pelo juízo ínfimo e opaco

Que temos um do outro.

Pergunto quem sou para mim mesmo

Em busca de minha verdadeira face

E não encontro absolutamente nada,

Entendo que minha prepotência em remover máscaras

É uma angústia de não saber quem está atrás da minha,

Talvez nossas acusações pressupostas a identidades alheias

É um desconforto de não sabermos quem e o que somos

Principalmente se tal conduta revela uma fraqueza nossa

Ou o obscurecimento de nosso frágil entendimento,

Talvez toda ação de julgar seja apenas um grito de socorro

Da incerteza que temos de nós mesmos

Esperando uma resposta de aprovação ou reprovação

Para certificarmos como parecemos ser diante do mundo,

E assim construir a máscara dos outros

Conforme esse veredicto é feito no tribunal

De nossa patética carência.

Leandro Tostes Franzoni
Enviado por Leandro Tostes Franzoni em 07/06/2016
Reeditado em 03/09/2018
Código do texto: T5659885
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