Do que podia inventar

Imaginei que caminhavas ao meu lado

Entornando alegria no meu coração

Mas o espelho das águas frias do lago

Negou-se renitente à minha projeção.

Decidido mirei os meus olhos na lua

Porque o lago não mais me convinha

Vi seus olhos entre as folhas da vinha

Que nela havia do jeito que a via nua.

Posso inventar o luar saudando o anoitecer

Pensar teus olhos nos meus se debruçando

Mas nunca as águas do lago espelhando

Nem ver-te densa de calma, adormecer.