SAUDADES

agarrei-me a janela

do carro que tanto corria

maria fumaça saudades

dos velhos dias

dias de velhos costumes

e comboios

dias em que livres

as carroças dos bois

passeavam pelas praças

trazendo caixotes de feira

e todos eram amigos

sem correria ou canseira

saudades dos velhos jovens

braçudos sem academia

faziam suas incumbências

sem arritmias

e lá vinha a maria fumaça

trem devagar e sempre

talvez a trinta por hora

sem precisar de alfinetes

e eu agarrada a janela

com cinto de segurança

orava a Deus, nuvem bela

assustada feito criança

saudades dos tempos velhos

saudades dos velhos tempos

onde humanos eram sérios

e quase todos bons por dentro

olguinha costa
Enviado por olguinha costa em 06/06/2016
Código do texto: T5659017
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.