sOMBRIO
Madrugada fria nuvens escuras em um bailado no céu
Seguem o instinto natural do mar sem luar
perdido na escuridão
Revoltoso espera a lua tímida lançar espiadelas
espelhando o seu vai e vem frenético de duas águas encrespadas
voraz tragando a areia
umbroso com o lambear lento mádido extasiado
Refletindo o tom lúgubre e gélido da lua
Tal e qual o corpo voluptuoso
desnudo a cintilar
sobre o leito
Enregelado de sentimentos e pelo tempo
que por passatempo insiste em parar o tempo do próprio corpo inerte de emoção
sendo invadido na escuridão da dor
a perder se de si possuída involuntariamente
pela paixão insana perversa na sombra do outro
Encoberta no palco da lucidez da insanidade
para fomentar o desejo da insistente obsessão
satisfazem o instinto de posse
tento a falsa ilusão de estar tocando
a intimidade da alma
que ao longe camuflada na sombra do corpo
Clama a lua para vestir a noite de luz
e sob o luar possa desnudar sedenta
em uma explosão de amor e vida.