QUANDO A ALMA ESCUTA...

Não me atiro sobre a gritaria que assola o mundo...

Há bocas bizarras que estremecem as palavras

E uma sonoplastia incauta inunda todos os espaços.

Os tímpanos ambientais necessitam da calmaria

E as enseadas estrondam na areia plenas de zombaria

Enquanto as línguas desfilam os vermes da peçonha...

Isolo-me na mudez que me faz interpretar os sons

E desvendo resquícios de tons desconexos e aviltantes

Produtores do desequilíbrio que eleva níveis de surdez

E torna a audição nula, relativa aos dons da realidade.

Pesco em meu silêncio o antídoto que combate miasmas

E apenas escuto o ribombar dos meus passos lentos...

Serenamente meus olhos absorvem o balouçar das árvores

E meus ouvidos são aurículas dementadas a ruídos fortes

Embora o áudio que em mim existe seja a audição da alma!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 05/06/2016
Código do texto: T5658162
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