QUANDO A ALMA ESCUTA...
Não me atiro sobre a gritaria que assola o mundo...
Há bocas bizarras que estremecem as palavras
E uma sonoplastia incauta inunda todos os espaços.
Os tímpanos ambientais necessitam da calmaria
E as enseadas estrondam na areia plenas de zombaria
Enquanto as línguas desfilam os vermes da peçonha...
Isolo-me na mudez que me faz interpretar os sons
E desvendo resquícios de tons desconexos e aviltantes
Produtores do desequilíbrio que eleva níveis de surdez
E torna a audição nula, relativa aos dons da realidade.
Pesco em meu silêncio o antídoto que combate miasmas
E apenas escuto o ribombar dos meus passos lentos...
Serenamente meus olhos absorvem o balouçar das árvores
E meus ouvidos são aurículas dementadas a ruídos fortes
Embora o áudio que em mim existe seja a audição da alma!
DE Ivan de Oliveira Melo