BONITO SEMPRE ASSIM

Sou poeta metido a besta

meio desajeitado, de alma franzina,

mas bonito mesmo assim.

Sou poeta por vezes encardido,

meio quebradiço, de suor fértil,

mas bendito mesmo assim.

Sou poeta por vezes embriagado,

meio desgraçado, solto no além,

mas ecoado mesmo assim.

Sou poeta por vezes farsante,

meio desengonçado, de sangue arretado

mas aplaudido mesmo assim.

Sou poeta por vezes endiabrado,

meio desafinado, de chão podre,

mas aceito mesmo assim.

Sou poeta por vezes estilhaçado,

meio desarrumado, de cheiro respondão,

mas amado mesmo assim.

Sou poeta por vezes gargalhado,

de coração doído, de alma afiada,

mas florido sempre assim.

Sou poeta por vezes moleque,

de sonho mundano, de fé enferrujada,

mas desperto sempre assim.

Sou poeta por vezes enjaulado,

de desejos moídos, de respirar empoeirado,

mas bonito sempre assim.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 05/06/2016
Reeditado em 05/06/2016
Código do texto: T5657691
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