CALMARIA

Deus é parente do silêncio.

É tão família que, às vezes,

O que empino para escutá-lo

é o ouvido da alma.

Escuto, mas não sei

Se o que ouço é calmaria

Ou o próprio Deus.

Apenas sei que terei de esvaziar-me

Da trombeta que é a minha consciência envaidecida

Dos alaridos e dos aplausos que me cultuam

E assim dançar nesse dueto solene

Que é o divino e a calmaria.