Papel e a caneta
Papel, estava enclausurado…
Trancafiado no fundo da gaveta….
Enturvecido pelo amarelado do lapso temporal….
Desapareceste meu amigo pautado da minha cabeceira…
A verdade? …
Fugi de ti, me recolhi…
E dos descaminhos desconexos da mente…
Não quis mais te contar o que vi aqui ou ali…
Também me afastei da sua amiga sabia? …
Aquela!!! De tinta colorida…
Que ajudava a espalhar os segredos d’alma…
Ela me deixava alucinado…
Derramando como tinta toda sentimentalidade que escorria do meus dedos…
Tantas vezes borrei suas linhas com injúrias…
Mas foram tantas as aquarelas que te enfeitei…
Hoje te procurei e você não me renegou…
Percorri na vicinal de suas páginas…
Embalado pela ponta da caneta de voz escancarada que conta meus segredos….