ROTINA MALDITA
Escura manhã a esperar o Sol levantar,
na zoada programada contra ouvidos...
ouvidos doentes, tristes por não falar,
que chamam os olhos mudos e metidos.
Rotina maldita, livro censurado,
escrito no viver do proletariado;
trechos de humanismo dilacerado,
fartos em sonhos vis do ser acabado.
Cotidiano ruim, lixo de tantos povos,
agressão materializada de novos...
novatos loucos, pelos donos do mundo.
Frustração bandida, a perda do Criador,
a morte de todo ente trabalhador,
repressão dura de poucos, no fundo.
Salvador, 2002.