Solidão de Poeta
Solidão de Poeta
Delasnieve Daspet
Os olhos vendados no desanimo que toma conta.
Uma nuvem esconde o sol da confiança;
Uma muralha entre o que sei que é
E o que não pode ser...
Um hiato ante o que se chegou
E o que se pretendia...
No real e no imaginário,
Uma cruz no caminho da realização.
Só - ninguém é!
Existe todo um mundo
Que não nos deixa à deriva,
Que nos aponta o caminho
Do brilhante ou opaco farol da vida!
Mas com o Poeta,
Todas as profecias são contrariadas,
E nas vidas que se renovam
os pássaros cantam nas janelas!
Os poetas não são solitários,
Tem o sol, a lua, o vento, o sorriso,
O mágico momento das carícias que imaginam
E que chegam a sentir...
Pode morrer como um passarinho,
Sozinho, mas não só!
Pois o poeta, este criador de sonhos e utopias,
Rico de velhas palavras e melancolia,
Brinca, sorri, e, em êxtase,
Se entrega a dor de cada pancada,
Com lágrimas amargas n´alma...
O manto negro da noite tudo cobre,
As ondas do mar imaginário bate nas pedras,
O Fauno da floresta se aproxima
E o Poeta cerra os olhos
E navega suavemente - na saudade -,
Doce saudade de um olhar!
Como é longa a noite sem ti!
Campo Grande-MS, 23,00 14-07-07