Solidão de Poeta

Solidão de Poeta

Delasnieve Daspet

Os olhos vendados no desanimo que toma conta.

Uma nuvem esconde o sol da confiança;

Uma muralha entre o que sei que é

E o que não pode ser...

Um hiato ante o que se chegou

E o que se pretendia...

No real e no imaginário,

Uma cruz no caminho da realização.

Só - ninguém é!

Existe todo um mundo

Que não nos deixa à deriva,

Que nos aponta o caminho

Do brilhante ou opaco farol da vida!

Mas com o Poeta,

Todas as profecias são contrariadas,

E nas vidas que se renovam

os pássaros cantam nas janelas!

Os poetas não são solitários,

Tem o sol, a lua, o vento, o sorriso,

O mágico momento das carícias que imaginam

E que chegam a sentir...

Pode morrer como um passarinho,

Sozinho, mas não só!

Pois o poeta, este criador de sonhos e utopias,

Rico de velhas palavras e melancolia,

Brinca, sorri, e, em êxtase,

Se entrega a dor de cada pancada,

Com lágrimas amargas n´alma...

O manto negro da noite tudo cobre,

As ondas do mar imaginário bate nas pedras,

O Fauno da floresta se aproxima

E o Poeta cerra os olhos

E navega suavemente - na saudade -,

Doce saudade de um olhar!

Como é longa a noite sem ti!

Campo Grande-MS, 23,00 14-07-07

Delasnieve Daspet
Enviado por Delasnieve Daspet em 15/07/2007
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