De estar sem ser.
Tenho as mãos estendidas,
tenho os olhos molhados,
tenho a garganta seca.
Trago um verso pronto,
mas ninguém quer ler.
Ninguém nunca quis me ler.
Das voltas que o mundo dá trago um som de mar em fúria.
Das prensas de ser um ser sem ser, trago a revolta da solidão.
Não sou e nunca fui.
Fora isso, respiro.
Eu queria ter um mar,
uma montanha
e um céu.
Queria sorrir na noite fria,
sorrir no dia calmo,
sorrir na maré cheia,
eu queria sorrir na alma.