Horas mudas

Nas horas mudas,

Minutos calados,

Segundos sofridos,

Tomava da agulha, da linha e da tesoura

Remendava os fatos...

Cosia com perfeição, aquilo que estivera roto, um dia.

Depois com a tesoura, retalhava a vida...

Descansava do trabalho e o observava.

Repousava as mãos no colo,

Depois, com elas, alisava os cabelos...

A linha, a agulha,

O trabalho de reconstrução infinda reiniciava.