O poema não quer ser poema

O poema não quer ser poema

Deseja ser xilema

Que leva seiva para folhas

Mais desfavorecidas pela distância da raiz

Só que o poema não tem escolha

Diferente de quem escreve e lê este poema

E que pode alcançar os excluídos deste país

Quem dera existisse mais xilemas.

O poema não quer versos

Mas tem em si anseios diversos

Queria tocar em feridas

Perdoar dívidas

Só que ele não pode sair do papel

Diferente de quem parece viver em hotel

Nada lhes atinge ou sensibiliza

O poema só lamenta como o dinheiro os escraviza.

31 de maio de 2016.

Miguel Rodrigues
Enviado por Miguel Rodrigues em 01/06/2016
Reeditado em 24/07/2017
Código do texto: T5653547
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