As reais intenções do amor

Quis saber do amor quais eram suas reais intenções,

o que se passava de fato na sua cabeça.

Por que tinha vezes em que era veludo,

e outras arame farpado?

Por que tinha vezes em que era flor,

e outras naufrágio?

Por que tinha vezes em que dava gosto,

e outros só congestão?

Por que tinha vezes em que era luz,

outras só lamento, só saudade, só rebarba?

O amor não sabia responder.

Nem ele mesmo entendia suas razões,

seus atalhos, suas veias, suas teias.

Nem ele mesmo sabia das suas asas,

das suas cantigas, dos seus limites.

Nem ele sabia do seu coração.

O amor era um desconhecido de si mesmo.

Então virou as costas e foi embora.

E nunca mais o vi.

----------------------------------

visite o meu site www.vidaescrita.com.br

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 31/05/2016
Reeditado em 31/05/2016
Código do texto: T5652591
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.