MADRUGADA

Ribalta na alcova.

A luz a incomodar-me

E o sono a navegar...

A noite está desnuda,

Sou um fantasma de ópera

E busco bailar num sonho...

Estou sem penumbra.

Claridade ofusca meu olhar

Tão milimetricamente fechado

A esperar um último bocejo

Perdido nos quintais da madrugada.

Meu pensamento é espesso vulto.

Minha consciência é a inconsciência

Dentro da noite soturna...

Vejo sombras na parede, invisíveis...

É o sono a brigar com o sonho

Que ainda não aterrissou.

Finalmente bocejo. Apago a luz

E me vejo em sonho a tentar dormir...

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 30/05/2016
Código do texto: T5652266
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