MADRUGADA
Ribalta na alcova.
A luz a incomodar-me
E o sono a navegar...
A noite está desnuda,
Sou um fantasma de ópera
E busco bailar num sonho...
Estou sem penumbra.
Claridade ofusca meu olhar
Tão milimetricamente fechado
A esperar um último bocejo
Perdido nos quintais da madrugada.
Meu pensamento é espesso vulto.
Minha consciência é a inconsciência
Dentro da noite soturna...
Vejo sombras na parede, invisíveis...
É o sono a brigar com o sonho
Que ainda não aterrissou.
Finalmente bocejo. Apago a luz
E me vejo em sonho a tentar dormir...
DE Ivan de Oliveira Melo