*...E sê sol *
"...O gélido frio que toca a alma.
É o momento preso em relicário.
Assusto-me com as vertigens causadas,
Ou com a falta delas.
Talvez o precipício não seja tão profundo...
Fantasias e imaginações de minha cabeça (in)sensata.
Formulo indagações....
Respostas não me vem.
Calada, silencio.
Sou feita de primaveras,
Preciso do cuidar para florescer.
Não aceito morrer em secos outonos,
Nem tão pouco em invernos de almas...
Preciso do sol...( E que me aqueça ).
Na solidão abraça-se o próprio corpo.
E nele a sensação obsoleta de eras vividas.
Ah! Saudade!
Bastava o toque para que tudo virasse sol.
E sê sol....
Quero brilhar nos polos...
Onde o vento norte anuncia a chegada da promessa.
E se prometida...Que se cumpra.
E onde não cabe o cumprimento....Que se diga!
Externar do peito a ânsia...
Calar na boca o beijo,
E tudo se faz...
Que não me sirvam de gaiolas as guerras internas...
Que me sejam motivos de buscas.
No esquecimento a sensação do adeus,
Que de tão profunda solitária...
Vai-se minando aos poucos.
Minas de Carvão,
Minas de Ouro...
Minas d'água.
Que dos olhos de alguém...( Quem?)
Brotam em lágrimas...
E assim lava-se e levam-se prantos...
Pratos de porcelana trincados, quebrados...
Nada mais, é tão importante.
Hoje tudo é instante...
Ao passo do que se fica,
Guarda-se o presente.
Onde se encerram ciclos,
E o recomeçar,
É sempre prova constante..."