MENINA, MOÇA, MULHER...
Quem sou eu, afinal?
Ainda sou criança
quando abraço a esperança.
Menina que canta e dança
faceira. Arteira que não se cansa
da brincadeira.
Ainda sou moça festeira
que adora uma domingueira.
Beijoqueira quando namora.
Capaz de choradeira, doideira!
se o amado vai embora.
Agora sou mulher. Andorinha-coleira
que sozinha faz seu verão,
sem temer a solidão.
Adivinhadeira de desejos submersos,
feiticeira-bordadeira de tramas e versos.
Menina, já trazia em mim
a moça e a mulher.
Mulher, sou moça e menina,
alfim.
Quem sou eu afinal?
Menina-moça-mulher,
para o que der-e-vier.