Das dores que escrevo
queria eu poder não sentir dor
tento sempre esconder
tento ser forte
fico a sós comigo
pra desmoronar
me perco
entre o luto
e a fé
e de tanta transparência
acabo a me isolar
mudo os móveis de lugar
pra entender
que tudo muda
me livro do que tenho
e espero
que este sentimento
também se vá
como eu gostaria
de não sentir as dores que eu escrevo
e nesta melancolia
ate as aranhas que tecem
em meu quarto
entristeceram
meu corpo cede
e os vícios
me perseguem
dispersa
desfocada
minha sensibilidade
só mostra os meus defeitos
e minha fuga
me desmascara