Noturno
Não sei o que quero dos dias
Me sinto vivo nas noites
As manhãs me dão alergia
Com seus rituais e magia
Me deixam perdido e afoito
Nas tardes, as horas me cansam
O tempo que retrocede
O marasmo que me envelhece
Até que os tedios me alcancem
Cai a noite, e a penumbra chega
Torna todos iguais
Presas, vítimas, caçadores
Poetas e filósofos banais
Dos bares, sentimos os odores
Das ruas, nos tornamos senhores
Das histórias, seremos narradores
Dos assuntos, somos todos entendedores
A minha alma
Nas manhãs, se irrita
Nas tardes, suplica, e
Nas noites, se multiplica