Caminhos

meus passos caminham sobre as promessas,

insolúveis

sobre os desejos indizíveis

as flores, secas, em meu coração

morrem intocadas

seculares

tombam, frágeis, despetaladas pela brisa

incomensuráveis

impiedosamente

esperando que a tarde chegue

confessando a tua meiguice

pensando o amor

e o perfume da tua presença

a tua presença

canta a canção de alento

canta a canção sem palavras do vento

passando como carícia pelo jardim

tu que és, agora, a absoluta meiguice

onde busco a flor dos teus olhos

tão longes

nesta distância tão perto de mim

meus lábios falam de ti mudamente

minhas mãos sonham as tuas sofregamente

meus sentidos te desejam em meio aos nossos silêncios

cada vez que te vejo

neste agora repleto de antigamente

meus passos caminham por entre as rosas

que são tuas

meus passos caminham as tuas ruas

tuas ruas que não têm fim

por onde as tardes sem dizer nada

ensimesmadas

caladas,

levam o teu nome de mim