CANSAÇO DE UM POETA
Quando olhei dentro de meu espírito,
O vi cansado e abatido,
Tristonho sem saber por que,
E as lutas que lhe queimam o coração,
Tentam devolver-lhe a emoção,
Eu sem saber por que.
E perscrutei os cedros
Que ladeavam a terra fofa do meu coração,
Na minha mão calosa e vã,
Repousava o cabo de um facão,
Em busca de dá-los fim.
Não havia esperanças,
Só cansaços.
Cedros que não eram meus,
Em mim não podiam florescer.
E tudo se transformou em visões-cansaços-tédios,
E vi que eu procurava o cansaço,
Vi que era um pedregulho no asfalto,
Exposto aos trânsitos e aos carros,
Cana moída deixada em bagaço.
Mas pude perceber e olhar dentro de meu eu,
E foi ai que ele me respondeu:
ARTHUR eu estou muito cansado,
Então deixei que cedros crescessem do meu lado,
E dessem sombras e perfumes,
A este poeta revoltado.
ARTHUR MARQUES DE LIMA SILVA
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29/05/2016