DIALÉTICA DO POETA
DIALÉTICA DO POETA
Por Heronildo Vicente
Domingo, não é um dia qualquer
Com esta chuva, este frio,
Dei-te os meus olhos
Para que se tome conta.
Meus braços para usar
Minhas pernas para entrelaçar
Minhas horas beneficiar
Meus sonhos para sonhar!
Meu pavio, para sua lamparina
A luz para iluminar seu quarto
Meus lábios para beijar
E tudo, tudo, antes a semente!
Semente que plantaste
Em meio a terra fértil
A qual cultivou
E assim germinou.
Cresceu, logo veio galhos,
Flores e frutos
E como em sonho de valsa
Um brilho do céus caiu.
Que assim seja, a todo o sempre
Evites contar, os segredos
Os números até trinta,
Não comece, nem termine, apenas viva.