AURA

Às vezes me sinto com fome de versos

E me ponho diante do espelho, converso

Perante uma imagem que é só fumaça...

Nada! É que estou a enxergar-me a aura!

Vejo-a transformar-se quase inteiramente,

Porém percebo que são fluidos intensos

Que mexem e remexem em meu senso

Deixando-me a imaginar-me deliberadamente...

Há instantes em que a vislumbro como neve,

Com a brancura suave que tem o algodão;

Noutros noto-a subversiva como um ladrão

A maquiar-me a vida tão plena de estresses!

Ah! Penso... Talvez tudo isto me seja ilusão!

A ótica anda a trapacear, trata-me covardmente

E sei eu que aura é leveza cheia de sensação,

Não a estapafúrdia imagem que vejo de repente!

Livro-me do espelho... Respiro de malandragem

E certeza tenho que aura é meremente maquiagem!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 29/05/2016
Código do texto: T5650745
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.