Conserto de Mim
Numa reforma encontrei a norma
Meias palavras escritas no tempo
Meias palavras escritas no tempo
Num amarelo do papel maltratado
Falas escravas do fel emocionado
Tudo que brota de mim vem assim
Farelo ou pão fundido, raios de aço
Descompasso da música na lágrima
Ardido como o hálito de quem chora
Num conserto desmembrei o aperto
Fiz caramelo de um pirulito de pedra
Ponteiro do agora, digital do passado
Ficou o terno amassado, eco e grito
Tudo que brota de mim vem assim
Entorna e esparrama, pétalas de flor
Dor que pontua cada verso denso
Por extenso, assino a poesia no fim