Reinventando a vida
Impassível
Sem formas,
Sem definições,
Sem normas,
Sem emoções,
Um reino de nada,
Não é reino de fada,
E não é distante, não,
Tudo era sem graça,
Onde a rotina grassa,
Lá não havia mudanças,
Lá não havia andanças,
Tudo se sabia de antemão,
Numa aventura furtiva,
Numa ação esquiva,
Furtou, para si, um amor
Que nunca soube se impor,
Inerte, deixado de lado,
Só cumprindo o fado,
Negligência do amante,
Omissão da amante,
Linhas aleatórias cruzadas,
Com o furto, fez vida encantada
Ora feliz, ora amuada,
Pintou tela em branco
E, mesmo em um mundo manco,
Gostou das oscilações,
Viu o mundo em altos e baixos,
A vida em duas mãos,
Acabou o repetitivo,
Tudo tinha motivo,
Tanto a ida, como a volta,
Nasceu, assim, a reviravolta,
Se não houver partida,
Como alguém irá voltar?
Com “Era uma vez” tudo começa
Mas há Ponto Final à beça,
Se o menor caminho é a reta,
Em registro hospitalar,
A reta não deve falar,
Sinal de vida discreta.