Recuso-me a dormir

As manhãs de sangue

Secam meus olhos.

São gotas ressecadas, desidratadas, carbonizadas,

Lágrimas arrancadas.

Um caminho solitário.

Álcool, blues, urbanismo caro.

Sinto-me um cigarro desprezado

Por quem não quis se viciar.

Recuso-me a dormir.

O sono me entorpece.

Rouba minhas horas de vida quando me adormece.

Pele friável, ignora o frio que te acolheu.

Recolhe o esqueleto do teu infinito.

Suporta-te.

Segue teu caminho a cada amanhecer.

Mas só hoje eu quero ficar acordada...